O Governo do Rio Grande do Norte reconheceu situação de seca em 147 municípios do estado após a redução considerável das chuvas em 2025, o que comprometeu a recarga dos reservatórios públicos e a produção agrícola. O Decreto nº 34.946, assinado pela governadora Fátima Bezerra, foi publicado nesta quinta-feira 2 no Diário Oficial do Estado (DOE/RN).
A decisão levou em conta relatórios da Agência Nacional de Águas (ANA), Companhia de Águas e Esgotos (Caern), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape) e Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn). Os dados mostram que a estação chuvosa de 2025 (janeiro a junho) registrou 16,1% menos chuva que o esperado, com maior severidade nas regiões Central (-24,5%) e Agreste (-20,4%).
Do total de municípios afetados (88% do estado), 71 estão em seca grave, incluindo Caicó, Currais Novos, Caraúbas, Parelhas, Pau dos Ferros, São Miguel, Alexandria e Paraná; outros 36 em seca moderada e 40 em seca fraca. “As regiões mais afetadas são o Seridó e o Alto Oeste, com impactos mais graves que nas demais regiões do Estado”, informou o coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Alexandre Fonseca. Só no Alto Oeste, 28 cidades estão nessa condição.
Segundo a Caern, dez municípios vivem situação de colapso ou pré-colapso no abastecimento de água, atingindo 108 mil pessoas. O caso mais crítico é Serra do Mel, em colapso há quatro anos devido à contaminação dos poços. Os reservatórios monitorados pelo Igarn acumulavam nesta quarta-feira (1º) 2,28 bilhões de m³, 44,2% da capacidade, contra 3,14 bilhões de m³ no mesmo período de 2024.
Relatório da Sape aponta queda na produção agrícola, principalmente em regime de sequeiro. As culturas mais atingidas foram milho, feijão, algodão e sorgo. O algodão agroecológico teve perda de 90% da área cultivada.